Logo
O logótipo do Situário surgiu como o resultado de um processo coloborativo entre o atelier e o Frederik Niklaus da DieKonditorei, um designer gráfico sediado em Berlim. Tendo criado gráficos e branding para uma vasta gama de bens de consumo, os talentos de Frederik são altamente transferíveis para qualquer mercado. Ele tem um olho aguçado para os detalhes e uma imaginação vívida, fazendo frequentemente perguntas incisivas que nos obrigam a mergulhar nas razões que nos levam a gostar de algo, ou a dizer que gostamos. Quando discutimos o logótipo do Situário, e quais eram as nossas aspirações, a conversa rapidamente se transformou no tipo de empresa que o Situário é, e no que aspira a ser.
Após um tempo, cheguei à conclusão que eu não considero de todo os logótipos de arquitectos como sendo memoráveis. A maior parte deles são cinzentos, poucos se aventuram longe de uma fonte sans serif, e quase todos eles evitam representações não-escritas. Talvez o que eu acho mais intrigante, é o quão aparentemente pouco os logótipos de arquitectos dizem sobre o tipo de empresa que são. Ou, quando a mensagem está lá, é tão subtil a ponto de ser sussurrantemente invisível.
Talvez esta seja uma visão injusta. Uma apreciação do design requer um olho treinado, uma mente curiosa e, por vezes, uma imaginação activa que possa procurar significado nas formas, espaços e cores à nossa volta; um bom logótipo não deveria ter de gritar para estabelecer um ponto de vista. Além disso, quando consideramos os logótipos mais memoráveis do nosso dia-a-dia, quantas vezes pensamos em prestadores de serviços (tais como arquitectos)? Não serão os logótipos na linha da frente da nossa consciência social aqueles que estão associados aos produtos? Estes logótipos também não são as imagens, as formas, as cores de todas as marcas que estão bem conscientes do seu lugar no mercado? Indo mais longe, não são estas as formas, as figuras, as cores de consumo? Será esta talvez uma visão cínica? Onde é que um logótipo de uma empresa de arquitectura se posiciona num mercado onde qualquer logótipo de marca está associado ao consumo?
Mas talvez a relação entre uma marca e um logótipo não seja tão simplista como isto. O que as minhas conversas com o Frederik deixaram claro foi que o significado de um logótipo está intimamente ligado à experiência do utilizador quando se envolve com essa marca. Mais importante ainda, esta experiência do utilizador não está necessariamente dependente do consumo.
A nossa conversa aventurou-se em intangíveis relacionados com o tipo de empresa que a Situário procura ser, e como se deverá posicionar. Como uma empresa que preza contextos e a língua, o nome "Situário" em si é um portmanteau do latino "situ", querendo dizer “no local”, e do sufixo português -ário, que forma substantivos denotando um local onde algo é guardado. Capturar os intangíveis de uma experiência de um lugar e de uma língua, mais especificamente de uma experiência enraizada em Portugal, surgiu então como uma ambição para o logotipo. Os azulejos iam sempre informar o resultado final, e também lá estariam as sombras profundas e frescas num dia de calor intenso, assim como um sentido de clareza e organização.
A resposta de Frederik sintetizou inteligentemente todas as preocupações acima referidas num logotipo legível que capta a imaginação, e estamos orgulhosos de o incluir onde quer que possamos.
Veja aqui mais do trabalho de Frederik.